Pix pode tirar milhares de MEIs do Simples Nacional

Atualmente, o Pix é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, principalmente microempreendedores individuais (MEIs), segundo um levantamento realizado pela plataforma Maismei. Segundo o estudo, 93% deste público utilizam a modalidade para receber e pagar valores.

A sua extrema facilidade de uso, somada à rapidez nas transações, estão entre as maiores vantagens do Pix. Porém, muitos não sabem, mas existe o risco dessas pessoas simplesmente perderem o seu status no Simples Nacional, que estipula um faturamento limite de até R$ 81 mil ao ano para quem é MEI.

Segundo especialistas, as informações do Pix são usadas pela Receita Federal para descobrir se os MEIs estão burlando o fisco, funcionando como uma espécie de controle de valores. Tal processo é feito pelo Convênio ICMS 166, que obriga bancos e demais organizações a fornecerem a Declaração de Informações de Meio de Pagamento (Daimp).

Por sua vez, essa documentação detalha para o “Leão” todas as entradas e saídas das contas relacionadas a um CNPJ, e as movimentações feitas por Pix também se incluem nisso. E como muitos acabam não emitindo nota, acham que estão livres da Receita, mas isso é apenas uma ilusão que pode custar bem caro.

O que pode acontecer?

Segundo Káyla Caetano, head de Contabilidade da plataforma MaisMei, vários MEIs estão começando a receber notificações da Receita Federal sobre cobranças. De acordo com ela, isso pode gerar multas altíssimas para o indivíduo, além do desenquadramento da categoria.

Káyla esclarece:

“Esse cruzamento das informações afeta todos os MEIs, ainda que não inscritos no cadastro de contribuintes do ICMS. Ou seja, ele abrange também quem é prestador de serviços. Como a legislação não obriga o MEI a ter conta bancária específica para Pessoa Jurídica, a Receita Federal entende que todas as transações realizadas nas contas Pessoa Física e Pessoa Jurídica estão relacionadas àquele CNPJ. Ou seja, mesmo as entradas recebidas no seu CPF são consideradas como faturamento da empresa, o que, dependendo do caso, pode ultrapassar o limite de R$ 81 mil por ano e resultar no desenquadramento do microempreendedor individual.”

O artesão Nonato Gomes, de 48 anos, foi um destes casos dos que acabaram caindo nas “garras” da Receita Federal surpreendentemente. Quando recebeu uma notificação, nem imaginava do tamanho do problema o qual iria enfrentar.

Como muitas pessoas, Nonato possui uma conta de PJ (Pessoa Jurídica), na qual ele recebe os valores pelos seus serviços. Porém, no mesmo local, ele também recebe outras transferências financeiras da sua esposa, para ajudá-lo com despesas cotidianas como água, luz e alimentação. Foi isso que o levou a ser convocado para prestar contas.

Sobre o caso, Nonato revela:

“Eu produzo bolsas, pulseiras, cintos, casacos e outras mercadorias de couro. Vendo a maior parte pela internet e meu faturamento está longe de chegar a R$ 81 mil por ano. Quando recebi a notificação da Receita, levei um susto. O problema é que nessa conta PJ também recebo transferências da minha mulher para pagamento de despesas da casa, já que ela é professora e vive correndo de uma escola para outra. Foi nessa que me dei mal. Além disso, nem sempre emito nota fiscal, pois são vendas feitas em feiras de artesanato, e as pessoas não costumam pedir.”

Para Káyla, a melhor forma de evitar essa situação extremamente desagradável é sempre separar as contas de Pessoa Física e Jurídica. Isso é importante para que os valores não se misturem e gerem uma confusão deste tipo. Além disso, ao separar as contas, o profissional economiza tempo e ganha mais transparência nas suas finanças.

Para evitar problemas, Káyla sugere:

“Sempre orientamos nossos MEIs para que eles separem as contas de Pessoa Jurídica da Pessoa Física, além de movimentarem em suas contas bancárias PJ somente as operações da empresa, cumprindo, assim, o princípio da Entidade, Resolução CFC 750/93, Seção I, Art. 4º.”

Fonte: Capitalist

NF-e fria: saiba como descobrir se uma nota fiscal é falsa e como denunciar

As Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) falsas, mais conhecidas como Notas Frias, são um problema para empresas que mantêm suas operações dentro da lei. As notas fiscais fraudulentas geralmente são emitidas com o objetivo de praticar atos ilícitos e burlar a Receita Federal. 

As notas frias são utilizadas, principalmente, para crimes como sonegação fiscal (simular despesas que não existem, a fim de diminuir o valor dos impostos devidos), lavagem de dinheiro (“legalizar” fundos obtidos de forma ilícita por meio de transações falsas) e fraudes em empresas e benefícios sociais.

A prática configura crime, de acordo com o Artigo 172 do Código Penal, e pode render entre dois a quatro anos de prisão e pagamento de multa. No entanto, não são somente as empresas que emitem as notas frias que sofrem penalidades. 

Mesmo sem se beneficiarem do esquema ilegal, as empresas vítimas delas podem ter sua situação cadastral baixada pela Receita Federal e sua Inscrição Estadual cancelada, o que significa que elas podem ser impedidas de emitir novas notas e de atuar comercialmente.

Por isso, saber como se proteger desse crime é de suma importância para a integridade de um negócio.

Como identificar uma NF-e falsa?

Quando um CNPJ recebe uma nota fiscal, a primeira medida de segurança a ser tomada é a verificação da autenticidade daquele documento. Isso pode ser feito por meio do Portal da Nota Fiscal Eletrônica, onde é possível inserir a chave de acesso à nota.

Outro recurso interessante é a checagem de dados básicos, como nome e CNPJ da empresa emissora. Apesar de parecer simples, uma vistoria minuciosa dos principais campos do documento pode ajudar a verificar a existência de erros de digitação e/ou ortografia e gramática, que geralmente indicam um documento falso.

Avaliar a coerência dos valores que constam na NF-e também é importante. Cifras inconsistentes com aqueles praticados pelo mercado podem indicar uma nota fiscal falsa. 

Além disso, vale realizar uma checagem regular de notas fiscais emitidas em nome do CNPJ, o que pode ser realizado no Portal da Nota Fiscal Eletrônica ou no site da Secretaria da Fazenda (Sefaz). Dessa forma, é possível captar eventuais notas emitidas sem o conhecimento da empresa.

NF-e fria: como evitar golpes

É possível adotar algumas medidas para evitar o recebimento de notas fiscais fraudulentas. Uma delas é consultar o CNPJ de fornecedores e parceiros antes de realizar transações comerciais, a fim de verificar se a empresa tem operações normais e dentro da lei.

Além disso, as empresas devem estabelecer controles internos diligentes, realizando checagens duplas e até triplas de todas as transações comerciais recebidas e efetuadas, bem como notas fiscais recebidas e emitidas.

Vale citar também a importância de se manter registros fiscais atualizados para comprovar a legitimidade de transações em caso de necessidade.

Recebeu uma NF-e fria? Veja o que fazer

Quando uma empresa é vítima de uma nota fiscal falsa, o primeiro passo é alertar o Fisco por meio do manifesto de notas fiscais. Com esse processo, uma empresa pode sinalizar que desconhece a operação indicada, protegendo-se de possíveis impostos e investigações decorrentes do documento em questão.

Além disso, é recomendado realizar um boletim de ocorrência, oficializando em mais um órgão o desconhecimento da operação. Também é importante guardar todos os documentos referentes ao processo, incluindo a própria NF-e falsa. Dessa forma, a empresa torna-se isenta de possíveis investigações criminais e penalidades que podem impedir a operação.

Fonte: Contábeis

Três erros comuns de empreendedores iniciantes

Ser um empreendedor iniciante é uma aventura emocionante e desafiadora. Muitas pessoas sonham em ser seu próprio chefe e ter sucesso em seus empreendimentos, mas muitas vezes cometem erros comuns que podem levar ao fracasso. Neste artigo, discutiremos três erros comuns que empreendedores iniciantes cometem e como evitá-los.

1 – Não ter apoio de um contador experiente

Um dos maiores erros que empreendedores iniciantes cometem é tentar gerenciar as finanças de sua empresa sozinhos. Contabilidade e finanças podem ser assuntos complicados, e é fácil cometer erros se você não tiver a experiência necessária. Não ter um contador experiente pode levar a problemas financeiros sérios, como multas tributárias e problemas com o fluxo de caixa.

A importância de um contador experiente

Um contador experiente pode ajudá-lo a gerenciar as finanças de sua empresa de forma eficiente, mantendo suas contas em ordem e garantindo que você esteja em conformidade com a legislação tributária.

Além disso, um contador pode ajudá-lo a planejar estrategicamente seus gastos, evitar atrasos no cumprimento de obrigações tributárias e identificar oportunidades para economizar dinheiro.

Como encontrar um bom contador

Para encontrar um bom contador, você pode pedir recomendações a outros empresários em sua rede, procurar na internet e verificar as avaliações de outros clientes.

Certifique-se de escolher um contador experiente que entenda as necessidades específicas de sua empresa e que possa trabalhar em conjunto com você para alcançar seus objetivos estratégicos.

2 – Misturar contas da empresa e dos sócios

Outro erro comum que os empreendedores iniciantes cometem é misturar as contas pessoais com as da empresa. Embora possa parecer fácil combinar todas as suas finanças em uma única conta, isso pode levar a problemas financeiros graves.

Consequências de misturar contas

Misturar contas dificulta a compreensão do desempenho economico e financeiro da empresa, tornando mais difícil avaliar a rentabilidade e identificar oportunidades de economia.

Além disso, misturar as contas pode levar a problemas tribnutários e atrasos, afetando negativamente a reputação da empresa.

Como separar as contas

Para evitar a mistura entre contas pessoais e da empresaria, é importante abrir uma conta bancária separada para a empresa. Certifique-se de que todas as transações da empresa passem pela conta bancária da empresa, e não pela sua conta pessoal. Além disso, evite usar o cartão de crédito pessoal para despesas relacionadas à empresa.

3 – Ausência de controle financeiro efetivo

Por último, outro erro comum que empreendedores iniciantes cometem é a falta de um controle financeiro efetivo. Isso inclui não ter um orçamento definido, não monitorar os fluxos de caixa e não manter um bom controle dos registros financeiros.

Dicas para manter um controle financeiro efetivo

Mantenha as contas separadas: É fundamental separar as contas da empresa das contas pessoais dos sócios. Misturar as finanças pode gerar confusão e dificultar a gestão financeira.

Registre todas as transações: É importante manter um registro preciso de todas as transações financeiras, incluindo receitas, despesas, empréstimos e investimentos. Isso ajuda a ter uma visão clara da saúde financeira da empresa e tomar decisões assertivas.

Faça um planejamento financeiro: É importante ter um plano financeiro claro e realista, que leve em conta os custos fixos e variáveis da empresa e as projeções de receita. Isso ajuda a tomar decisões estratégicas e evita surpresas desagradáveis.

Faça um fluxo de caixa: É fundamental ter um controle constante do fluxo de caixa da empresa, ou seja, das entradas e saídas de dinheiro. Isso ajuda a identificar problemas financeiros com antecedência e tomar medidas para resolvê-los.

Consulte um contador: É altamente recomendável contar com a ajuda de um contador experiente na gestão financeira da empresa. Ele pode oferecer orientações sobre as melhores práticas e ajudar a evitar erros graves.

Conclusão

Manter um controle financeiro efetivo é essencial para o sucesso de qualquer negócio, especialmente para empreendedores iniciantes.

Ao separar as contas da empresa das contas pessoais, registrar todas as transações, fazer um planejamento financeiro, um fluxo de caixa e contar com a ajuda de um contador, é possível garantir a saúde financeira da empresa e tomar decisões assertivas.

Portanto, se você é um empreendedor iniciante, não subestime a importância do controle financeiro e adote as melhores práticas desde o início do seu negócio.

Fonte: Contábeis